Livraria do Globo

Pronto, pois bem, ela acabou de desembarcar da Ilha de Páscoa e desceu no Porto dos Casais, do final da década dos 2000 e achava que ainda era 1989. Romântica e babaca incurável, recomeça a estudar, na UFRGS, te mete, com muito orgulho! No Instituto Tecnológico pra ser mais específica. Lembrei que depois de 15 anos de domesticação no Rio de Janeiro, voltei a morar em Porto Alegre. Precisava ir láááááá no Plazinha, laááááá na Alberto Bins. Troteei desde a Casa linda de Cultura Mario Quintana. Cumprido meu compromisso volto, jurando estar fazendo um "footing" na Rua da Praia num Sábado de rigoroso inverno. Cai a ficha preciso de um caderno de dez matérias pra "facul" (meu Deus vou ser estagiária aos 40...), não acho nada que não tenha personagens animê nas lojas. Salvação: LIVRARIA DO GLOBO! Linda, imponente, tijolos de verdade à vista, máquinas, linotipos em exposição, capas da revista O Cruzeiro em tamanho maior que o natural... Sumiu! Sumiu tudo! Virou uma horrenda, ofensiva e asfixiante loja de calçados no melhor estilo varejão! "Oi moça, o que era pra ti hoje?" - Quase desmaiei na minha pureza histórica porque ela me indicou as escadas, para baixo, não para cima! Onde diabos está a LIVRARIA DO GLOBO????? Fui descendo e não só não encontrei meu caderno, como tive um choque. Ela sempre "saiu" na rua de baixo, como quem vai em direção ao Mercado Público, mas eu jamais imaginei ver o amontoado de prateleiras de ferro sozinhas, com nada mais que seis caixas de lápis ou canetas, pilhas de impressos padronizados (uma referência pra quem morava aqui... tudo se achava lá...), algumas pastas plásticas e duas meninas no caixa. Além dos tijolos artisticamente à vista. Sem as capas de revista ou as máquinas.
Bobalhona. Sempre fui apaixonada por prédios antigos e este era um deles. Uma pena a história sumir assim.

Aqui já é uma imagem muito recente. 


Mas essa aqui acabou comigo. 

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