Sobre a separação
Desligando a geladeira
Dia desses precisei fazer isso. Fechar minha casa, deixar as coisas meio como estavam e desligar a geladeira.
Quando você planeja uma vida com alguém, esse plano vem lotado de sonhos e inclusive de geladeira cheia. Tudo é cheio. Você quer prosperidade, amor, saúde e dinheiro. Você quer diversão e arte. Mas pode acontecer da geladeira virar um grande trambolho no meio da casa. Sim, porque ali vão ficando também as coisas que você comprou mas não quis comer. As coisas vão ficando feias, macilentas.
Uma observação: tive uma professora de francês que adorava a palavra “trambolho” . Ela é francesa assim da França, daquelas magras sem esforço e fumava um cigarro por dia ao lado do seu abat-jour. Acho que nem fedia a cigarro. Finamente francesa ela adorava dizer “C’est un tramboille” !
E eu adoro dizer macilentas.
Bom,mas voltando à geladeira. Quando fiz isso naquele dia, parece que então era o ato final da separação iminente, daquela palavra horrorosa chamada divórcio. Não gosto de divórcio mas também não podia desejar a viuvez. Burocraticamente era mais fácil, mas politicamente incorreto desejar isso. Eu desliguei da tomada. Eu desliguei o amor?
Não, o amor estava ali mas ficara tão doente que não tinha mais cura. Ele precisava passar pela separação, pela putrefação. Não tinha mais como adubar. Só ir pro bar, isso sim. Ainda não fiz e não creio que farei tão cedo. Tem filho, tem o carinho pelo pretenso ex-marido.
Deu errado? Não. Deu certo e deu merda durante oito anos, como qualquer relacionamento. Ou você mais me dizer que é 100% feliz 100% do tempo? Aqui ó!
A casa fechada esperando as novas mudanças.
A geladeira aberta para não ficar fedorenta.
As cortinas sem movimento. As camas sem lençol. As janelas fechadas. O telefone mudo.
O amor descansando de tanta porrada que levou.
E caminharemos assim, em estradas paralelas.
Estradas paralelas podem virar encruzilhadas.
Dia desses precisei fazer isso. Fechar minha casa, deixar as coisas meio como estavam e desligar a geladeira.
Quando você planeja uma vida com alguém, esse plano vem lotado de sonhos e inclusive de geladeira cheia. Tudo é cheio. Você quer prosperidade, amor, saúde e dinheiro. Você quer diversão e arte. Mas pode acontecer da geladeira virar um grande trambolho no meio da casa. Sim, porque ali vão ficando também as coisas que você comprou mas não quis comer. As coisas vão ficando feias, macilentas.
Uma observação: tive uma professora de francês que adorava a palavra “trambolho” . Ela é francesa assim da França, daquelas magras sem esforço e fumava um cigarro por dia ao lado do seu abat-jour. Acho que nem fedia a cigarro. Finamente francesa ela adorava dizer “C’est un tramboille” !
E eu adoro dizer macilentas.
Bom,mas voltando à geladeira. Quando fiz isso naquele dia, parece que então era o ato final da separação iminente, daquela palavra horrorosa chamada divórcio. Não gosto de divórcio mas também não podia desejar a viuvez. Burocraticamente era mais fácil, mas politicamente incorreto desejar isso. Eu desliguei da tomada. Eu desliguei o amor?
Não, o amor estava ali mas ficara tão doente que não tinha mais cura. Ele precisava passar pela separação, pela putrefação. Não tinha mais como adubar. Só ir pro bar, isso sim. Ainda não fiz e não creio que farei tão cedo. Tem filho, tem o carinho pelo pretenso ex-marido.
Deu errado? Não. Deu certo e deu merda durante oito anos, como qualquer relacionamento. Ou você mais me dizer que é 100% feliz 100% do tempo? Aqui ó!
A casa fechada esperando as novas mudanças.
A geladeira aberta para não ficar fedorenta.
As cortinas sem movimento. As camas sem lençol. As janelas fechadas. O telefone mudo.
O amor descansando de tanta porrada que levou.
E caminharemos assim, em estradas paralelas.
Estradas paralelas podem virar encruzilhadas.
Mel, querida! Como tudo o que tem na geladeira, os relacionamentos também tem prazo de validade...
ResponderExcluirAlguns até insistem em comer o que já está estragado, mas nunca ficarão isentos da dor de barriga. Infelizmente, temos que descartar o que nos faz mal, para abrirmos espaço na prateleira para as coisas novas. Por mais que seja sofrido, a vida continua, segue seu ritmo, e a gente que se acostume da melhor forma possível, né?
Fique bem!
(Desculpa os clichês, mas tem certos momentos que só os clichês fazem sentido)